sexta-feira, 14 de setembro de 2012

O que não é Ciência, afinal?

O artigo de Gil-Pérez et al aborda equívocos que devem ser evitados ao se falar a respeito da natureza da Ciência e seu ensino.
Em sua visão quais equívocos são mais frequentes no ensino de Ciências nas escolas? Que consequências são esperadas quando as pessoas possuem uma visão equivocada de Ciência?



15 comentários:

  1. A primeira coisa que deparamos em uma aula de Ciências / Biologia / Física / Química, é o fato errôneo de parecer uma ciência acabada, sem mais o que ser descoberto e sem mais maneiras de (re)fazer aquilo que já temos hoje em dia.
    Mesmo com os avanços tecnológicos que ocorrem a cada minuto, o que nos passam nas escolas é uma visão de que se deve seguir a "receita" à risca, como vem sendo feito a muitas gerações, mas sem sabermos o por quê daquilo e de por quê fazê-lo daquela forma, não deixando espaço para novas tentativas ou meios criativos diferentes do convencional.
    A falta de informação ou mesmo uma visão equivocada sobre o que é Ciência, pode formar um grupo de pessoas despreparadas para a criticidade exigida nos tempos atuais na nossa sociedade. Cidadãos críticos podem formular hipóteses para solução dos problemas que podem estar enfrentando.
    Como eu acredito que é através da interação que se faz conhecimento, penso que somente com a atualização de conceitos por parte dos professores é que poderemos melhorar a qualidade do ensino de modo a diminuir a visão deformada que se possa ter sobre Ciência.

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    1. Artigo interessante, tive contato com as idéias do Gil-Pérez na minha graduaçao, onde discutíamos muito sobre a forma de ensinar Ciências.Hoje com um pouco mais de experiência de sala de aula, vejo que nao é tão simples assim implantar essa forma de lecionar. Eu particularmente esbarrei e ainda esbarro em muitos obstáculos para poder fazer do conhecimento em ciências algo contextualizado, e ao mesmo tempo mostrar essa dinamicidade. Tanto contextualização como dinamicidade são coisas que nao me foram apresentadas durante minha licenciatura, meu contato simplesmente foi com artigos e mais artigos de como se deve ensinar Ciencias, através da formação continuada é que fui compreendendo melhor a questão de abordagem do ensino em Ciências. Com isso quero dizer que nao basta apenas apontarmos o problema, isso pelo que vi no artigo todos ja sabemos, mas sim precisamos compreender a gênese de tudo isso. Vou enumerar duas (falo baseada na minha prática pedagógica): falta de disciplinas como História da Ciencia juntamente com Filosofia da Ciencia que auxiliam o futuro professor de Ciencias/Biologia a compreender um pouco do contexto socio-historico de fatos científicos; falta de tempo, esse tipo de abordagem é muito legal (falo por experiencia propria) mas precisa-se de tempo pra trabalhar o ensino de Ciencias sob essa perspectiva. E no nosso caso, professores da REde Estadual, ainda temos que cumprir um referencial. Falei tudo isso porque creio que o caminho para respostas seja colocar os questionamentos que se tem para que em grupo seja possível encontrar o melhor caminho.

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  2. O principal equivoco é pensar na ciência apenas como um conteúdo, e não como um conjunto onde está inserido também as habilidades como professor, a busca e o constante aprendizado. Isso é fundamental especialmente em ciências, onde as ideias mudam o tempo todo, o professor não pode ficar estagnado no conhecimento que obteve apenas durante a sua formação. É preciso que o professo desenvolva a capacidade de ensinar cientificamente, transmitir o conteúdo de forma teórica ou pratica de uma maneira em que os alunos possam absorver aquilo para sua vida, se tornar um cidadão mais crítico e conhecedor daquilo que o cerca, capaz de indagar e buscar entender não só as tecnologias, que estão cada vez mais presentes na vida de todos nós, mais também os acontecimentos naturais. O mundo muda a cada dia, a ciência muda também então nós educadores temos que nos adaptar e acompanhar essa mudança.

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  3. O principal equivoco é pensar na ciência apenas como um conteúdo, e não como um conjunto onde está inserido também as habilidades como professor, a busca e o constante aprendizado. Isso é fundamental especialmente em ciências, onde as ideias mudam o tempo todo, o professor não pode ficar estagnado no conhecimento que obteve apenas durante a sua formação. É preciso que o professo desenvolva a capacidade de ensinar cientificamente, transmitir o conteúdo de forma teórica ou pratica de uma maneira em que os alunos possam absorver aquilo para sua vida, se tornar um cidadão mais crítico e conhecedor daquilo que o cerca, capaz de indagar e buscar entender não só as tecnologias, que estão cada vez mais presentes na vida de todos nós, mais também os acontecimentos naturais. O mundo muda a cada dia, a ciência muda também então nós educadores temos que nos adaptar e acompanhar essa mudança.

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  4. A maior incorrecção é pensar que os mesmos ensinos, os mesmos conhecimentos,devem ainda ser usados da mesma forma, com os mesmos métodos dos últimos 30 anos.
    Tudo se modificou, a tecnologia esta cada vez mais presente na vida dos alunos, portanto os mesmos métodos não servirão e se tornarão tediosos, assim os alunos perderão o interesse pelo aprendizado. É preciso uma constante atualização do professor, para um ensino completo, teórico e prático.
    As consequências são vastas desde varias reprovações por falta de interesse no conhecimento até um cidadão sem qualquer conceito critico, as regras fixas sem mudanças só prejudicam tanto ao professor, aluno ou mesmo o aprendizado que fica sem qualquer progresso, estagnado no tempo.

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  5. O fato de professores serem os “homens do conhecimento” faz com que alunos se identifiquem com outro ser humano racional, pensante, determinado, que questiona e busca soluções. Talvez se os estudantes soubessem de tudo que aconteceu no passado, sobre as historias de tentativas de experiências, de erros nas descobertas e de que acontecia na época com certeza seus interesses sobre ciências seriam bem mais avantajados e o conteúdo cientifico fariam melhor sentido para eles.
    A falta de conhecimento prejudica o aluno em sua vida pessoal quanto profissional, entao creio eu que professores atuais e futuros professores tem que mudar seus métodos de ensino para uma maneira que os alunos aprendam de verdade, fazendo aulas praticas quanto aulas teoricas; testando seus conhecimentos, nao para reprovaçao e sim para o aperfeiçoamento e fazendo com que a melhoria do ensino de ciencias e dos professores progridem.

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  6. Um equívoco sobre a ciência, é que muitas das vezes o que se é passado sobre ela em sala de aula é que alem de ser muito complexa, não se pode cometer erros e que ela esta fora de alcance de muitos, mas que na verdade, ela, a ciência, foi construída a partir de muitos erros, mas também muitos questionamentos, por isso é preciso que os professores estejam sempre aperfeiçoando seus conhecimentos, podendo assim buscar novos métodos, pratico/teórico de ensino,para transmiti-los de uma forma clara, objetiva e dinâmica , para que os alunos abandonem aquela ideia que o ciência é inabalável , e que é somente assunto para cientistas e pesquisadores.
    Com uma boa aula ministrada, o aluno, aos poucos se torna critico capaz de construir hipóteses, e criticar teorias já existentes, fazendo com que ele progrida tanto na vida pessoal quanto na profissional.

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  7. Quando se fala de Ciências temos uma visão deformada do que realmente se trata por ser uma vasta área, isso acaba ficando meio vago o seu real significado. Quando se fala de Ciências estamos falando de Biologia, Química, Física.. Hoje em dia nas escolas tanto no Ensino Médio quanto no Fundamental os professores devem adotar um novo método de aulas, aulas mais dinâmicas, experimentais, debates, ou seja, uma nova forma de interagir o todo para que não continue sendo essas aulas monótonas e sim trazendo o interesse de todos, e também fazendo com que eles busquem e questionem cada vez, mas o docente.

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  8. Como disse a postagem do primeiro colega : A primeira coisa que deparamos em uma aula de Ciências / Biologia / Física / Química, é o fato errôneo de parecer uma ciência acabada, sem mais o que ser descoberto e sem mais maneiras de (re)fazer aquilo que já temos hoje em dia.
    Muitos educadores de estão limitados aos seus afazeres em sala de aula, transmintindo aos alunos somentes visões negativistas e desanimadoras.
    O professor deve buscar a articulação da teoria e prática em sala de aula, para que o aluno seja capaz de entender o mundo que o cerca, e seja capaz de formular hipóteses, teorias e critícas não só no mundo da ciência mas para sua vida também.

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  9. Ciência é o conhecimento comprovado e sistematizado que é mutável, pois não há nenhuma verdade absoluta o que é verdade hoje amanhã pode não ser mais visto como tal. Todavia ciência não e só aquilo que se aprende nas escolas e universidades , por exemplo o senso comum pode ser considerado como ciência pois a maioria das descobertas do senso comum parte de observações e de tentativas e erros. Entende-se por senso comum o conhecimento adquirido pelas pessoas através do convívio social com outros indivíduos (o senso comum advêm das múltiplas relações entre familiares, amigos, na rua e até mesmo na escola) de onde é extraído o conhecimento científico conforme expressa a citação abaixo. A diferença entre o senso comum e o conhecimento científico é que o senso comum é formado por sentimentos, desejos e misticismo não sendo comprovado já, o conhecimento científico, é o conhecimento sistematizado de forma metodologicamente rigorosa procurando excluir, do seu contexto, as emoções, as crenças religiosas e os desejos do homem. Há uma relação entre estes conhecimentos, pois se pode observar uma relação entre o senso comum e o pensamento cientifico, pois muita coisa que e hoje comprovada pela ciência veio do conhecimento popular um exemplo disso são os remédios da dita cultura popular que passaram a ter sua eficácia comprovada depois de estudos do conhecimento popular.

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  10. Ao longo da leitura do texto, a medida que as imagens deformadas de ciência foram aparecendo, pude perceber que uma deformação dificilmente aparece sozinha, durantes as práticas dos professores de ciências, e isto é também proposto pelo autor em um momento no texto, uma deformação sempre puxa outra ou outras.
    Através da experiencia adquirida, durante as praticas do estágio supervisionado, tenho como opinião que essas deformações que foram percebidas pelos professores durante exercícios de reflexão, os acompanham desde de sua formação inicial na graduação, pois tendemos a fazer nossas praticas em sala de aula de acordo com a nossa formação acadêmica, por exemplo falando em método cientifico, um professor que na sua formação constrói a ideia sobre método cientifico como um conjunto de regras a ser seguido que o levara a um resultado final pre estabelecido, e que é na maioria das vezes utilizado como fator fixador, exemplificador e demonstrativo de um conceito teórico, é exatamente este método, e conceito que ira transmitir a seus alunos.
    Entender método cientifico e ciência dessa forma, como algo que não pode ser mudado ou questionado, faz com que o aluno assimile isso como algo distante da sua realidade, pois o vê uma algo elitista, que é pertinente somente a "cientistas", pessoas super dotadas de inteligência, esse afastamento da realidade do aluno torna o conteúdo menos significativo, além de promover o desestimulo pela disciplina. Essa forma de ensinar e aprender ciência acaba por transformar a matéria que trata essencialmente sobre a vida, em algo muito engessado, estagnado no tempo,que tem características que mais se aproximam da morte, do que da própria vida trabalhada pela disciplina, que se faz e se transforma todos os dias.

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  11. Mesmo com toda tecnologia dos dias de hoje a ciência nas escolas ainda tem uma visão individualista e elitista, onde as ciências aparecem como obras de gênios isolados, e também uma ciência descontextualizada, onde se esquece das complexas relações entre ciência, tecnologia, sociedade (CTS) e proporciona-se uma imagem deformada dos cientistas.
    Professores usam suas aulas “seguindo/aplicando o método” de sempre, onde o maior objetivo é apenas conseguir jogar na lousa o que é exigido, sem dar oportunidade para os alunos, fazer com que o mesmo pense, investigue, se interesse, pesquise, aprenda, compreenda. A melhor forma para mudar essa visão errada que se tem de ciência é capacitando cada vez mais os docentes, não só os que ministram aula até o ensino médio, mas também, o dos ensino superior, pois é ali que o futuro professor se espelha. As próprias tecnologias de hoje devem ser mais bem exploradas pelos docentes, as aulas devem ser mais abertas, mais discutidas, onde cada resultado, cada teoria, seja mais bem discutida, repensada, aplicada ao dia-a-dia, para que assim possam formar um cidadão crítico, um cidadão que tenha suas proporias idéias, que crie hipóteses, que investigue, uma pessoa capacitada para enfrentar seu cotidiano e a sociedade.

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  12. Após a leitura do texto pode-se dizer que os equívocos mais frequentes no ensino de ciência são o fato de se acreditar que o conhecimentos aparecem como obras de gênios isolados e que estes estão acima do bem e do mal, ignorando o papel do trabalho coletivo e cooperativo e que a ciência é de atividade masculina, coloca-se esta como neutra socialmente, esquecendo-se das relações entre CTS, a ciência como algo acabado e também que é "necessário" a divisão de estudos (conteúdos) e esquece-se após dessa divisão a unificação das mesmas. Além disso temos ao mesmo tempo a idéia de que a ciência é algo muito complexo e ao mesmo tempo muito simples.
    Com isso, entender ciência de forma equivocada faz com que os alunos fiquem muitos distantes da ciência pelo fato de que eles não conseguem observá-la fora de sala de aula, pois, os conteúdos não possuem relação com o dia-a-dia dos mesmos e além disso, o pensamento de ciência como acabada faz com que exista uma falta de investigação em sala, fazendo com que os alunos somente recebam os conteúdos prontos, já elaborados. A falta de investigação em sala de aula faz com que o aluno seja passivo, fazendo com que ele não aprenda a trabalhar em grupo, não trabalhe a sua criatividade e esse não se torne um cidadão crítico.

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  13. Um equívoco freqüente e muitas vezes implícito é a visão elitista e individualista de ciências. Nesse ponto passa-se a ciência aparece como vemos em muitos filmes, um cientista, geralmente do sexo masculino, trajado com um jaleco, em sua maioria, gênios produzindo conhecimento científico ignorando totalmente um trabalho cooperativo onde há a interação de vários outros integrantes não sendo portanto todo esse saber cientifico produzido apenas por uma única pessoa. Essa visão transmite uma deformação na concepção elitista da ciência, na qual o trabalho cientifico é reservado apenas aos dotados. E isso gera ainda uma outra concepção do conhecimento científico, o de que a ciência é neutra socialmente, esquecendo que há uma complexa interação entre ciência, tecnologia e sociedade (CTS).
    Essas visões geram conseqüências e uma delas é de que a ciência seria apenas analítica, totalmente neutra, não se dando conta de que a ciência tem uma ação e total influência no meio social em que estamos inseridos. Sem estar ciente do papel da ciência na sociedade ou qual a sua função não desperta a curiosidade nas pessoas, inclusive para os alunos, o que Bachelard diz afirmando que todo conhecimento é a resposta a uma pergunta.

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  14. Ciência á algo que já esta definido, mas aos olhos humanos nem sempre conhecido, então em cada época é sempre possível mudança, diante de teorias ou conceitos pré concebidos. É preciso continuamente buscar, formas de fazer ciências. Para que possamos melhor conhecer o que não é ciência preciso entender a afirmação de Bachelard (1928), todo o conhecimento é resposta a uma pergunta, isto é, a um problema/situação problemática. Portanto a não ciência seria, o não conhecimento das respostas, formuladas pelas perguntas, diante de uma observação. No processo ensino aprendizagem, um dos equívocos é criar uma situação o qual leva a crer que certos assuntos são irrelevantes. E as consequências, são próprias das limitações, do contexto histórico, em que se encontram certas observações feitas no momento presente. Nem mesmo as visões deformadas conseguem se manter por muito tempo, e impedir que o conhecimento prevaleça, o tempo se encarrega de colocar em evidência, e reescrever os acontecimentos com mais tolerância, valorizando o ser humano em harmonia com a natureza e todo o cosmo.

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